Painting Experience II / Pintura Experiência II





Three years ago I had the chance to lecture several summer fine arts workshops for children at a Fine Arts School in Lisbon. I got the chance to teach kids from ages 3 to 15. What amazed me more were the 3-4 year old kids. As many people know their creativity is amazing and it made me think; a lot.
There was this kid who started drawing these characters and I told him that something was missing. In that exact moment he turned the paper upside down and resolved the problem by putting a hat in top of his legs and it really looked liked what he wanted to do.
I couldn't believe it. I would never have thought of that and it made me feel really stupid. Since that day I started to try to see the paper as a whole, without the fixed square figure in my mind all the time.

Teaching these workshops in several places has been a great experience. However, the teaching career, as I see from meeting many teachers (here in Portugal), is totally unbearable for someone who wishes to "remain" mentally sane (at least in public schools). That's the reason I really started to think seriously in a freelance illustrator career and doing fine arts at the same time.
But I really like doing these workshops from time to time, I love it!

* * *

Há três anos atrás tive a oportunidade de dar vários workshops de verão de artes plásticas para crianças na Escola de Belas-Artes Pedro Serrenho. Dei aulas a crianças de idades de 3 a 15 anos. As crianças que mais mexeram comigo foram as de 3-4 anos. A criatividade delas é excelente e fez-me pensar imenso.
Havia um rapaz de 3 anos que estava a desenhar uns personagens e algo estava a faltar para parecerem pessoas. Naquele exacto momento, depois de lhe dizer isso, o rapaz virou a folha ao contrário e desenhou um chapéu por cima daquilo que era suposto serem as pernas e disse-me: Já está!
Eu fiquei parva, não estava mesmo à espera, até porque não costumo lidar com crianças. Houve outro rapaz que fez algo semelhante mas a ver com a aplicação da cor e simplesmente não consegui perceber como raio eles tinham aquele pensamento tão aberto.
Desde essa altura comecei a olhar para o papel de uma forma diferente, a tentar vê-lo de várias formas, fora do aspecto fixo quadrado ou rectangular que havia metido como preconceito na cabeça.

Fiquei com vontade de ter mais experiências do género. E já tive, noutros workshops que tive a oportunidade de dar noutros sítios mas, a carreira de professor na escola pública é estupidamente desgastante e por isso prefiro fazer algo do género uma vez por outra do que estar 40 horas semanais a matar a minha sanidade mental, se é que a tenho.

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